O outro lado da crise grega: “a dívida que não existe”
Sim, fui duro com a Grécia por ter se metido em um buraco praticamente impossível de sair (leia mais em A tragédia grega: o bicho já pegou, o bicho já comeu e Wow! Grécia ainda continua na Zona do Euro). Continuo achando que mesmo que se toda a sua dívida fosse perdoada, o país voltaria rapidamente à sarjeta, caso continuasse com suas práticas irresponsáveis do ponto de vista fiscal.
Como aponta reportagem de Irene Hdez. Velasco, do jornal espanhol El Mundo, o país conta com “40 mil jovens que recebem uma pensão vitalícia de mil euros por mês pelo simples fato de serem filhas solteiras de funcionários falecidos e que custa ao tesouro grego 550 milhões de euros por ano”. Ou ainda o caso dos das famílias que não participaram do óbito de seus parentes, “a fim de continuar a receber a pensão de reforma do falecido, ao custo de 16 milhões de euros por ano”. Há outras práticas gregas que, ao lê-las, você teria certeza de que se trata de outro país bem mais pertinho de você (leia mais aqui). 🙁
Por outro lado, a situação da Grécia deixou o país vulnerável aos abutres, que ajudaram a piorar ainda mais o que já não estava bom. Em entrevista ao Canal Brasil (assista abaixo), Maria Lucia Fattorelli, coordenadora da associação Auditoria Cidadã da Dívida, que participou de uma auditoria da dívida grega a convite do próprio país, é enfática: “desde 2010 a Grécia não recebeu recursos… é um escândalo”.
Ué? Então como o país pode estar sendo cobrado por algo que não recebeu? Entenda melhor na entrevista abaixo!