Toda revolução deveria ser como a Revolução de Veludo
Ontem, dia 17 de novembro, foi feriado aqui na República Tcheca. Fez 26 anos que o povo da antiga Tchecoslováquia se manifestava contra o governo comunista. Começou com um movimento estudantil liderado pelo dramaturgo Vaclav Havel, que viria a se tornar o primeiro presidente do país depois do comunismo.
A manifestação era pacífica. A sua repressão foi violenta! Mas isso não é e nunca foi novidade. O importante é que inspirados naqueles jovens, toda a nação se levantou – também pacificamente – contra os comunistas. Diante do cenário, o então presidente Gustáv Husák não viu outra escolha a não ser a renúncia e o desmantelamento do Estado de partido único.
Os tchecos venceram! E sem atirar uma pedra sequer.
Gosto muito desse fato histórico da história tchecoslovaca. O episódio foge do que aprendemos sobre a história europeia. Não rolou uma guerra civil, tampouco uma Revolução Russa ou Francesa. Foi a não revolução, em que um lado levantou a bandeira da ideologia, mostrando que a melhor forma de vencer é por meio da paz e do amor. Isso me lembra muito a desobediência civil não violenta de Gandhi, que libertou os indianos das injustiças impostas pelo império inglês.
Assim, o ZOROPEANDO presta sua singela homenagem àqueles que de modo pacífico mudaram a história de seu país.